Manhã

Manhã quando bateres em minha porta,

e abrires, clara, tuas asas de marfim...

Leve deste peito, o tédio, das horas mortas,

e pulsando deixes a alegria em mim.

Quando se fores no andor do meio-dia,

quando triste, se fores no andor silenciosa...

Vai a tarde me trazer melancolia,

outra vez, a tarde, ser-te-á tão tristurosa.

Outra vez virá à noite, que do alto o sol apaga,

e o céu torna-se negro, e à lua nele vaga,

vaga, ó lua, que o negro céu encanta...

Eu espero as lembranças para vê-las,

no doirado etéreo das estrelas,

na palidez ebúrnea de sua face branca.

ThiagoMac
Enviado por ThiagoMac em 22/02/2019
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