SESTA
SESTA
Vontade de dormir igual um peão
Atravessado sobre sacos de obra!
Tirando estafa e sono, o que me sobra
Mal dá para chamar de confusão.
Que madorna pesada... Sensação
De morto-embora-vivo se desdobra
Pela cabeça alheada que me cobra
A noite mal dormida em prestação...
Procuro alguma rua mais vazia
E, cansado, me deito junto a guia
Após mandar às favas o decoro.
Sacio assim meu corpo a contragosto.
Baixando-me o chapéu por sobre o rosto,
Por um sono absoluto ao fim imploro!
Betim - 06 02 2019