Lá onde mora erma a saudade
Lá onde mora erma a saudade, descansa
à sombra de um martírio tão tristonho...
Silente como a flor, ó pobre sonho,
que os ventos dessa vida não balança.
Sofre quedo, o coração, sem o teu manto,
segue o homem, merencório, em seu fado...
Entoando as amarguras de um lado,
e do outro, soluçando um triste canto.
E à noite quando cai à névoa calma,
e a tristeza vem bater em tua porta,
vai de novo, tu sofrer, ó pobre alma...
Vai de novo se apagar em ti o círio,
e cobrir irá teu sonho, sombra morta
e o silêncio sepulcral deste martírio.