Soneto

Aqui onde mora erma a saudade, descansa

à sombra de um martírio tão tristonho...

Silente como a flor, ó pobre sonho,

que os ventos dessa vida não balança.

Sofre quedo, o coração, sem teu manto,

segue o homem, merencório, em seu fado...

Soluçando, as amarguras, de um lado,

e do outro, soluçando, um triste canto.

E de novo quando cai à névoa calma,

e a tristeza vem bater em tua porta,

vai de novo, tu sofrer, ó pobre alma...

Vai de novo, se apagar, em ti o círio,

e cobrir irá teu sonho, sombra morta

e o silêncio eternal deste martírio.

ThiagoMac
Enviado por ThiagoMac em 27/01/2019
Reeditado em 31/01/2019
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