SONHO

O homem de papel que aprecia

A vida a escorrer-se lentamente

Das tintas de amor tão recorrente

Traduz toda existência em poesia.

Vezes sem conta, entrega-se à magia

De sonhar com alguém tido à mente

Que também risca em tinta o que sente,

Sonhando prazerosa fantasia.

Em seu mundo irreal o menestrel,

Lembrando a sonhadora de papel,

Rabisca em tinta o sonho tido à fronha.

Sonho de sentimento partilhado

Com quem ao dia esteja acordado,

Vivendo o sonho que dormindo sonha.