IRMÃO

Ela voltou-se pra trás

e eu fiquei a cismar:

Seria até bem capaz

de ela querer me olhar.

Mas o soar do bom dia

deu-me o voto de fé:

Ela me via e não via

como se visse um qualquer.

Sendo ela tarde e eu noite,

nessa manhã de neblina,

por que me ter à retina?

Pasmo indaguei. E o açoite

brandiu na voz: - “Ó perdão,

És o retrato de um irmão."