Borboletas congeladas

Mas que bela festa de casamento!

O noivo santo, a noiva imaculada.

Cousa errada, triste não via nada,

Descartava tristeza e sofrimento.

Mas na hora, de todas mais esperada,

Cena triste não me sai do pensamento.

Não se chama a isso bom sentimento,

o regozijo noutra vida maltratada.

Vestida a vileza de sacramento,

Mascarada a maldade não foi nada,

Se aquilo fez sorrir por pouco tempo,

Aquelas pétalas que foram jogadas.

Eram todas vidas mortas no vento,

Eram todas borboletas congeladas.

José Freire Pontes
Enviado por José Freire Pontes em 09/01/2019
Reeditado em 11/01/2019
Código do texto: T6547045
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