IRONIAS
A tua indiferença me esquarteja
os sonhos onde estava em evidência
a dona da alegria, doce olência
outrora aos meus impulsos benfazeja.
Teu homem, destronado, lacrimeja,
expele as partes mortas, a dolência
tornada sangue, sal e penitência
nas cenas de duríssima peleja.
Das súplicas do meu juízo rouco,
ainda renitente, faço pouco
e aceito da saudade esse flagelo.
Irônico punhal desliza o gume
no senso, pois o drama se resume
em te querer de volta... Oh, vil anelo!