TEMPO

A escarrar pelo chão

E a dizer indecência,

O velho passa a existência

Entre o delírio e a razão.

Se emissário ou não

De um reino sem evidência,

Não fala nunca da essência

De sua absurda missão

De, se a ampulheta está cheia,

Virar os grãos de areia

Como feliz passatempo.

O debochado eremita

Que o Universo limita

Em tal loucura é o tempo.