6740-SONETO LXXI (71)À VERDADE: BANDIDO BOM é o regenerado - Noneto-Poético Nº 123-Soneto Interação com Klinger Sobreira de Almeida Por Silvia Araújo Motta/BH/Brasil
6740-SONETO LXXI (71)À VERDADE: BANDIDO BOM é o regenerado
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Noneto-Poético Nº 123-Soneto nº 6.740
Interação com Klinger Sobreira de Almeida
Por Sílvia Araújo Motta/BH/Brasil
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Comunidade vive sob alerta:
_O marginal não tem respeito à vida -
na impunidade, sua lei é incerta -
mata por pouco; morre sem guarida?
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A sociedade sofre; o mal acerta
-na corrupção refaz a dor tecida;
organizado, o crime vê encoberta
a primazia da Ordem já vencida.
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Presídio em Neves, quando foi criado...
_O presidiário tinha, sim, sanção;
cumpria a pena mais trabalho dado...
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O criminoso útil quis sair,
após julgado...longe da prisão:
_Regenerado, livre eu o vi sorrir.
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Belo Horizonte, MG, Brasil, setembro de 2018.
Email:clubedalinguaport@gmail.com
https://academiadeletrasdobrasildeminasgerais.blogspot.com/2018/09/6740-soneto-lxxi-71a-verdade-bandido.html
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Metodologia deste Soneto:
(*)Soneto-Clássico-sáfico-heroico; com sílabas fortes na 4ª, 6ª, 8ª e 10ª sílabas - Rimas: ABAB, ABAB, CDC, EDE; Noneto com 9 solos: jogral-teatral-toante-cantante-poético: CORO:Rimas: AACEE-somente uma voz com apenas 5 instrumentos musicais . SOLOS: Rimas: BAB-BAB-DC-D-9 vozes acompanhadas por solos de instrumentos musicais. (Noneto musical criado por Villa Lobos). (Noneto poético recriado por Silvia Araújo Motta). Mensagem conclusiva no 14º Verso (Último do segundo terceto).
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Nota:
Conheci um DETENTO recuperado, na Penitenciária Agrícola de Neves.
Apesar de ser criança, lembro-me bem, dos bons comentários dos pais dele, quando retornavam da PRISÃO onde o filho cumpria a pena.
O detento foi um grande SERESTEIRO de Belo Vale...MG.
Muitos anos depois, pude ouvir as músicas de Vicente Celestino,
tocadas pelo amigo de família, ao violão, em minha casa.
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Metodologia deste Soneto:
(*)Soneto-Clássico-sáfico-heroico; com sílabas fortes na 4ª, 6ª, 8ª e 10ª sílabas - Rimas: ABAB, ABAB, CDC, EDE; Noneto com 9 solos: jogral-teatral-toante-cantante-poético: CORO:Rimas: AACEE-somente uma voz com apenas 5 instrumentos musicais . SOLOS: Rimas: BAB-BAB-DC-D-9 vozes acompanhadas por solos de instrumentos musicais. (Noneto musical criado por Villa Lobos). (Noneto poético recriado por Silvia Araújo Motta). Mensagem conclusiva no 14º Verso (Último do segundo terceto).
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https://www.recantodasletras.com.br/sonetos/6456115
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Divulgação: https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2017/01/16/interna_gerais,839731/ribeirao-das-neves-ja-teve-presidio-modelo.shtml
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Artigo de Cel. Klinger Soibreira de Almeida
Caros Leitores, Confrades e Confreiras,
Há dias, num programa televisivo, assisti ao desabafo de um policial que, recebia na Delegacia, um assaltante preso em flagrante delito: - “Há 15 dias esse indivíduo aqui foi trazido e autuado por roubo. Embora já tenha seis passagens por furto ou roubo, foi solto, no dia seguinte, na audiência de custódia. É uma palhaçada!” Esse desabafo, creio, é um sentimento guardado por grande massa de brasileiros que, impotentes, convivem com a impunidade dos audaciosos delinquentes que, hoje em dia, não têm limites e acreditam que o crime compensa.
O tema LXXI, série Rastreando a Verdade, faz uma ligeira abordagem desse preocupante problema. Quem sabe, nesta semana eleitoral, o povo resolva enviar para o Congresso Nacional homens ou mulheres sensíveis ao sofrimento das vítimas da bandidagem (viúvas, órfãos, paraplégicos...)?!
Saudações
Klinger Sobreira de Almeida – Cel. PM Ref.
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Rastreamento da Verdade(LXXI)
BANDIDO BOM-Bandido Regenerado
Reportando aos anos 40/50, lembro-me da Penitenciária Agrícola de Neves-PAN, onde os internos cuidavam de imenso pomar e hortas, e das oficinas industriais: manufatura de botas, cintos, vassouras, espanadores etc. Cumpria-se a pena em trabalho produtivo, e não, como sanguessuga. A maioria alfabetizava-se e aprendia um ofício. O homem, sob a égide do Estado, se reconstruía.
Nos primórdios da carreira policial, no interior do Estado, encontrei muitos ex-presidiários da PAN. Homens reintegrados moral e socialmente, e úteis à comunidade.
Naqueles tempos, havia foco no controle da criminalidade. Esta não podia andar à solta, ameaçando e inquietando. Quem se desviasse da lei deveria pagar. A sanção tinha o condão de promover o resgate da dívida social. Segregação e trabalho. Castigo-pedagógico: sensibilização e recuperação moral. Direitos, o mínimo; e deveres, o máximo. A gradação no retorno de direitos ascendia de forma inteligente.
O tempora, o mores! – Oh tempos! Oh costumes! – Se Cícero, hoje vivesse em nossa pátria, certamente deploraria, em indignação incontida, o ambiente que nos rodeia. A corrupção propagou-se e permeou os segmentos políticos, empresariais e os vinculados. A impunidade viceja como incentivo ao crime. O honesto trabalhador está sujeito às vicissitudes da vida: atividade árdua, ganho suado, crescentes despesas familiares, ameaça de desemprego, moradia inacessível... Mas o delinquente, não!
Na esteira da degradação dos costumes, impuseram leis ilusórias para a comunidade em geral, mas concretamente benéficas aos infratores da lei penal: fim da prisão preventiva nos crimes dolosos contra a vida; fim da prisão por pronúncia; sentenças de primeira instância inócuas; progressão de pena que torna a sanção ficção... E o Código de Execução Penal? Risível aos olhos dos especialistas estrangeiros.
Realidade brasileira: as organizações criminosas dominam os presídios e centros de adolescentes. Estes são escolas de formação/aperfeiçoamento. A superlotação facilita a ação dos líderes. A confusão propicia o comércio interno de drogas; aluguel de celas para prostituição; o uso de celulares; a “compra” de agentes da lei; a interação com os que, em liberdade, cumprem ordens e estruturam as investidas lucrativas.
A progressiva mixórdia legal, afundada no lodo da corrupção, acabou com a antiga política (talvez não perfeita, mas real e muitas vezes bem sucedida) de regeneração do criminoso. Além disso, a omissão governamental na área da educação infantil ensejou a expansão da delinquência juvenil, incentivada pelo crime organizado. Nesse diapasão, enfraqueceu-se a Polícia – Guardiã da Sociedade – que os cínicos demonizam enquanto sacralizam os facínoras.
Impõe-se à nação uma reengenharia profunda de seu sistema político, a começar de uma Constituinte para desfazer esse logro: a denominada Constituição Cidadã, 1988. Após, à esteira de um sistema político ético-moral: fim dos feudos corporativos e advento da justiça social, refazimento da malha de legislação penal que retire a primazia dos grupos marginais e privilegie a sociedade sadia.
Então, no médio/longo prazo, poderemos visualizar um Bandido Regenerado, aquele que sepulta o passado, tornando-se um Homem de Bem.
Klinger Sobreira de Almeida – Mil. Ref/Membro ALJG/PMMG