Elo perdido

Não querer pôr defeito projeta o imperfeito
para além da esfera da percepção,
e esse é o grande mal da idealização
da noção de beleza que há dentro do peito,

que assim fica intocável pela garatuja,
sem compreender o que de fato acontecido
ter vindo de repente e a aborrecido,
sem que ninguém se explique e inclusive fuja,

no espaço em que o certo e o errado são fundidos,
como ocorre agora no exato momento
em que dor fabricada não faz nenhum sentido,

como não fazem hoje alguns tempos idos,
como não faz mais hoje o mesmo tormento,
continuando a fazer somente elo perdido.
Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 22/07/2018
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