Soneto da inquietação

Por quase encontrei um descanso nos braços seus

Trazia um sorriso que pensei ser, mas não era meu

Busco de novo, como vitrola antiga, um disco sobre o outro

A música que acerta o ritmo e o tom do encontro

Já me acostumo com o absurdo da rapidez dos olhares

Íntimos hoje, mas, amanhã estranhos

Como se nunca se cruzaram e leram pensamentos

Começando como pares e terminando como ímpares

Cada qual olhando seu horizonte inquieto

Riscando o dedo sobre o asfalto escuro do "eu é que estou certo"

Não há certezas no amor, apenas aceitação do jeito que são

Cada qual escolhe um cômodo para ficar

Assim não há perigo de se olhar

O que um fez e deixou o outro no seu lugar

Scrittore
Enviado por Scrittore em 05/07/2018
Código do texto: T6382170
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