AGASALHO

Se a solidão terrível me confronta,

os pensamentos vindos mal governo,

visito os amargores de um inferno...

Sem ti, a frialdade me amedronta!

Amor, vem do meu corpo tomar conta,

espalha sobre mim o abraço terno.

É noite, é rigoroso meu inverno,

a cama à tua espera deixei pronta.

Precisam os lençóis das tuas flores,

mananciais profusos de dulçores,

bordadas na brancura aveludada.

Bem sei que a gelidez, traje das brumas,

não sentirei porque, se me perfumas,

também sinto minha alma agasalhada.