“FINITUDE” (A ROSA E O VENTO)
Minha vida é como rosa, disfarçada
Dura não nunca, além da temporada
Das ventanias, dum inverno passado
Era presente, pelo frio, despetalado
A vida, como o vento, em disparada
Pendeu-se nua, pela lua, enfeitiçada
E pegou-me de surpresa, desleixado
Soprando no meu sonho empoeirado
Esboço insano – deveras conformado
A rosa, que deixa o vento perfumado
É a mesma que, por ele, é desfolhada
A vida, em meu rascunho inacabado
Inerte, como a rosa, é transformada
Em folha, em pó, em vento, em nada...