FUGAZ


Os cotovelos fincados,
No peitoril da janela central,
Os olhos semicerrados,
Numa tristeza descomunal.

-Que vida é essa meu Deus?
Ela questiona consigo,
-Onde estão os sonhos meus?
-O cordão do meu umbigo?

A brisa sopra lá fora...
Balança suavemente suas cãs,
Tantos porquês a devora.

Quem tinha sonhos outrora,
Hoje; solitária anciã,
Que sente a vida ir embora.