SONETO LESADINHO
Exéquias da Razão, que funeral!
Na tábua do caixão vai mais um prego
Se nêgo afirma que a Vulgata "é grego"
E Nero, veja, é um tipo bem legal...
Velório amargo, e logo a pá de cal
Definitiva (e as flores que não rego)
Dirão na morta as honras que sonego
Aos que a sepultam, rindo e coisa e tal...
Remediado está o que não tem jeito,
Diria o Bardo (mas com mais talento)
E os frívolos dão queixa : É preconceito!
Ao gado o que é ração, o que é excremento?
Difícil distinguir, mas eu suspeito
Do odioso arroto em raciocínio lento.
.
Exéquias da Razão, que funeral!
Na tábua do caixão vai mais um prego
Se nêgo afirma que a Vulgata "é grego"
E Nero, veja, é um tipo bem legal...
Velório amargo, e logo a pá de cal
Definitiva (e as flores que não rego)
Dirão na morta as honras que sonego
Aos que a sepultam, rindo e coisa e tal...
Remediado está o que não tem jeito,
Diria o Bardo (mas com mais talento)
E os frívolos dão queixa : É preconceito!
Ao gado o que é ração, o que é excremento?
Difícil distinguir, mas eu suspeito
Do odioso arroto em raciocínio lento.
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