Enfia a viola no saco Stanislaw Balner


Do saco da viola nunca sai coelho,
tocar um instrumento sempre foi vontade,
não estimular talentos é da sociedade,
o tempo foi passando, fui ficando velho;

nunca viajei em trilho de braço de viola,
tive outros afazeres, a vida foi dura,
em bola dividida nunca entrei de sola,
ter sido esmagado não roubou a ternura

do agora velha guarda que não toca a viola
mas tem nos pés a dança de salão e samba
e enfia no saco da viola esses pés de bamba,

e nem assim o par de pés da vida isola
pro sol ou pro infinito essas pernas não bambas,
que entre valsa e bolero fica só c’ ambas.
Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 16/04/2018
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