HORAS INSÍPIDAS

Ah poesia, poesia... companheira,

Procuro-te aqui por todo canto,

Nas flores que eu vejo ou no meu pranto,

No ar que eu respiro, na poeira...

Procuro-te nas noites de luar,

No silêncio fatal de meu intento,

Procuro-te nos ramos onde o vento

Embala a triste rola a lamentar...

Eu te procuro ainda na estrada

Que insisto a todo custo caminhar,

Na insônia dessas rudes madrugadas...

Procuro-te nos versos onde a arte

Constrói a tua lúdica morada;

Mas sei que já não posso encontrar-te

Serra-ES, 05 de abril de 2018

Geraldo Altoé

Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 05/04/2018
Código do texto: T6300469
Classificação de conteúdo: seguro