Café Nice, um pedaço do céu ou a sina do homem ter de ver sempre o seu mundo ruir exemplificada pela história de um Café.

Um dia vi o Café Nice igual playground

de adultos aos pulos numa disco teque,

a tradição de pé, batida round a round,

agora sob os pés de um malandro moleque

suspirava a agonia de um tempo passado;

o sal do destempero queimava-me o peito,

pois lá nesse Café amei e fui amado,

e o que fazem com ele, hoje, não é direito.

Depois do tempo áureo já foi até prostíbulo!

Memória, ah, memória, por que contigo

bulo? O meu passado é belo o mais é incerto,

Meu peito, hoje, é amplo, maior que um deserto

subsaariano inteiro, meu amigo,

sou mundo que não há, pertenço ao mundo antigo.

Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 01/02/2018
Código do texto: T6242564
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