Sobre a dor
Edir Pina de Barros
Eu conheci, da dor, trevoso inferno,
profundas fendas, vãos e precipícios,
o breu que encobre o início dos inícios,
escuras furnas onde agora hiberno.
Eu dissequei a dor, que aqui externo,
cheguei ao osso, vi seus orifícios,
da íntima estrutura os interstícios,
o avesso do suplício – o lado interno.
Quando pensava que sabia tudo,
- sua estrutura, forma e conteúdo –
ela se riu de mim... Quanta impiedade!
A dor é Outra – a que sozinha trilho –
quando se perde para a morte um filho,
presença ausente em forma de saudade.
Edir Pina de Barros
Eu conheci, da dor, trevoso inferno,
profundas fendas, vãos e precipícios,
o breu que encobre o início dos inícios,
escuras furnas onde agora hiberno.
Eu dissequei a dor, que aqui externo,
cheguei ao osso, vi seus orifícios,
da íntima estrutura os interstícios,
o avesso do suplício – o lado interno.
Quando pensava que sabia tudo,
- sua estrutura, forma e conteúdo –
ela se riu de mim... Quanta impiedade!
A dor é Outra – a que sozinha trilho –
quando se perde para a morte um filho,
presença ausente em forma de saudade.