MINHA MORTE II
MINHA MORTE ll
Gastei o tempo a trabalhar,
Para quando me aposentar
Ter uma velhice com conforto,
Que adiantou, estou aqui morto.
Solitário, inerte sob um jazigo frio,
Sinto-me perdido neste vazio,
Tento mover-me e não posso,
Sinto a carne desprender dos ossos,
Mesmo depois de morto algo me sufoca,
Sapatos apertam-me os pés, a gravata enforca,
Um terno preto o calor que não agüento,
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Nesta cova, escura, sem ar, eu só lamento,
A impossibilidade de algum movimento
Para afastar os vermes, os ratos a minhoca.
Belem,-PB 16 de fevereiro 2010.
Francisco Solange Fonseca