QUEM DISSE?
um verso incesto do outro
(Caê Guimarães)
Um desonesto pio de mau agouro,
Oh, gralha esganiçada em pleno solo!
O insano al-lahu-àkbar do mouro
Tornando o estar aqui mais pobre e tolo.
Heróstrato mendiga em vão seu louro
Ou Mársias — diz-lhe Apolo "Já te esfolo!"...
Zumbido esdrúxulo, será o besouro
Que do excremento faz o ninho e o bolo?
Mas quem, cabrón, quem disse que isso é verso?
'Não ter métrica' nunca foi problema,
Problema é ser tão surdo ao ritmo do universo.
Escuta, ao menos, Sopro que, se o alcança,
Inunda esse arremedo de poema
E faz dele escultura e canto e dança.
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um verso incesto do outro
(Caê Guimarães)
Um desonesto pio de mau agouro,
Oh, gralha esganiçada em pleno solo!
O insano al-lahu-àkbar do mouro
Tornando o estar aqui mais pobre e tolo.
Heróstrato mendiga em vão seu louro
Ou Mársias — diz-lhe Apolo "Já te esfolo!"...
Zumbido esdrúxulo, será o besouro
Que do excremento faz o ninho e o bolo?
Mas quem, cabrón, quem disse que isso é verso?
'Não ter métrica' nunca foi problema,
Problema é ser tão surdo ao ritmo do universo.
Escuta, ao menos, Sopro que, se o alcança,
Inunda esse arremedo de poema
E faz dele escultura e canto e dança.
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