SONETO DO APERTAR DOS PARAFUSOS

A ligação da Terra, onde se mora,
Recordação que aflora, aquelas chuvas,
A mão que toca o cacho, descem uvas,
No olhar que envolve o charme: doura e cora.

Lembranças de menino, mãos com luvas,
Elas chegam na mente, neste agora,
Cada uma o coração pega e penhora,
Tanto lágrimas quanto guarda-chuvas.

Nas cenas, apertar uns parafusos,
Para então reviver só doutro jeito,
Que renove estes carmas tão obtusos.

Em nós conserta aquilo que foi estreito.
E renova a maneira, acerta os fusos,
Com novas cenas dignas de respeito.