- Hoje só restam lembranças...

Lembro-me de quando você furtiva apareceu calada,

Olhos arregalados e pele suada era sua primeira fuga.

Faltava oportunidade e na tarde daquele agosto já ido

Tivemos um encontro tão formal que parecíamos tolos,

 

Você sentada na beira da cama com pensamento restrito.

Talvez indagando por que e outros por quês atormentados.

Tudo era silencioso e uma música suave se ouvia bem baixo.

Não me esqueço, tocava o Bolero de Ravel com André Rieu.

 

Deixamos que a musique fluísse e tiraste a roupa lentamente,

Com uma vergonha que corava seu corpo as partes apareceram.

Não houve comentários, embora a vergonha fizesse dar as costas.

 

Não me importei e cheguei perto e pude tocar seu ombro

Um arrepio tomou o seu corpo tremulo de emoção e ficamos.

Hoje só restam lembranças daquele quarto com muita saudade.

LAURO PAIXÃO
Enviado por LAURO PAIXÃO em 19/08/2017
Reeditado em 16/09/2018
Código do texto: T6089096
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