Chegada a noite. Soa um sino ao longe...
“O sino é a boca da saudade”. - Olegário Mariano.
Chegada a noite. Soa um sino ao longe,
Ao centro duma praça, a catedral.
Passa rezando algo da Bíblia, o monge
De olhos cerrados, espancando mal.
Furtiva freira, espia a lateral...
Fita o relógio que marcava às onze
Horas sombrias de clamor sacral,
Enquanto passa, solitário um bonde.
A pobre freira adentra a grande nave,
Fita Jesus e chora. Ao ver o padre,
Pede perdão, enxuga o pranto e some.
O sacristão, repara, emocionado
Que aquele santo de marfim alado
Chamava a freira pelo próprio nome.