Soneto de amor II
Oh, amor! Preciso sentir-te ainda
Uma vez mais. Visita-me à noite,
Que as horas são meu bárbaro açoite!
E me ponho a chorar, quando fui linda...
Pareço ser apagada, sozinha...
Ah, como já ri e cantei meus anos,
Mocinha que não pensava em enganos,
Em que a lua na rua era minha...
E eu ficava a namorar, feliz...
Até contar estrelas muito fiz...
Mas um céu escuro agora vem, ah!
A rua está sem jardim celeste
E minha vida tão vaga, agreste,
Ninguém a vê para o amor despertar!