APENAS UM VERSO (soneto)

Enquanto o dia no cerrado embotava

Em mim cavava o emotivo submerso

Dos porões dos medos que eu meço

Nas incertezas, que dá sorte brotava

Na aridez da saudade, ali disperso

No soluço d'alma a sofrência rolava

E na linha da recordação eu deitava

Aí, o sertão se tornava meu universo

Neste vazio a solidão por mim urrava

O destino rimava quimeras no averso

Então o coração amortecido chorava

Assim, eu com um olhar transverso

Devaneava sonhos, e lacrimejava

Pedaços de mim, forjando o verso!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

2017, julho - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 04/07/2017
Reeditado em 30/10/2019
Código do texto: T6045206
Classificação de conteúdo: seguro