SILÊNCIO DAS MADRUGADAS (silêncio)

Ainda muita expressão não me avieste

As achatei nas lastimas e tão guardadas

Ações que pelo vento foram dispersadas

E na imensidão do cerrado se fez agreste

Tenho em mim sílabas em vão esperadas

Se devaneio é porque o sonho me veste

E frases tremulas vão pelo espaço celeste

Enredando o destino com outras paradas

Foi quando o fado me fez centro oeste

Na busca das tão molestadas bofetadas

Das chagas, que a dor ornou com cipreste

Assim, eu, ainda tenho palavras caladas

Nas angústias do coração... tão cafajeste!

Que insistem no silêncio das madrugadas

© Luciano Spagnol- poeta do cerrado

2017, junho - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 02/07/2017
Reeditado em 30/10/2019
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