VOEJAR (soneto)

Como deve ser bom voar, no céu planar

Asas ao vento no cerrado, solto ao léu

Tal periquitos, e sobre corcel no tropel

Fechar os olhos e sentir o paladar do ar

Ir acima dos buritis, ipês, num carrossel

Resvalar nas estrelas, na nuvem pairar

Revoar como as aves, e assim delirar

Em quimeras, qual estórias de cordel

Deve ser uma rara sensação ímpar

Prós sem asas uma falta bem cruel

Que só na ilusão, possível esvoaçar

Só queria voar! Ter asas de papel

Poder ao sonho de Ícaro ocupar

E com ele então: voejar... voejar!...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

2017, junho - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 25/06/2017
Reeditado em 30/10/2019
Código do texto: T6037060
Classificação de conteúdo: seguro