SUBPROLETÁRIO

SUBPROLETÁRIO

Enquanto uns poucos tinham quase tudo,

Quase todos tinham quase nada.

Mas todos n'essa terra desolada

Muito sós... Do miúdo ao mais graúdo!

Muita miséria aqui o sobretudo

Esconde-me jornada após jornada...

Em meio os que na rua têm morada,

Vejo um povo fechado e carrancudo.

A vista da cidade era d'extremos:

A carência e a opulência desmedidas

Em público espetáculo vividas.

É tudo para todos que queremos.

A riqueza se faz do que não temos

E, ao fim, se faz de nossas próprias vidas.

São Paulo - 17 06 2017