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Só quando...
 
Só quando a terra dorme solitária;
quando se ergue no céu, tão branca, a lua...
E quando o vento geme uma doce ária;
e nas ramas — da parreira — o som flutua...
 
Só quando o orvalho molha o verde prado;
quando o regato manso enfim soluça...
E quando a ave da noite e seu trinado
ecoa — na janela tu debruça...
 
E a olhar o céu estrelado tu me buscas...
A insônia deixa os sonhos ao relento
como uma confissão na aurora brusca...
 
Inspira-te o luar no firmamento.
Teu poema é uma pérola que ofusca
quando me vem trazê-la o som do vento...
 
 

( DO MEU LIVRO DE BOLSO: SONETOS PARA UM AMOR)

IMAGEM: google