ENTRE SOMBRAS (soneto)

Ao pé de mim vem o entardecer sentar

No cerrado, a noite desce, sombreando

Vem ter comigo hora pensativa, infando

Em uma visão das saudades a lamentar

Pousa tua mão áspera em mim, causando

Nostalgias no coração dolorido a chorar

São suspiros vaporosos ecoados pelo ar

Tão tristes, ermos, do vazio multiplicando

Na noite há um silêncio profundo a orar

Exalando a secura da dor impactando

No peito, que põe os olhos a lacrimejar

Eu a escuto imóvel, apático, sem mando

No vago da solidão, e me ponho a urrar

Às estrelas, que no céu voam em bando

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

2017, maio - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 21/05/2017
Reeditado em 30/10/2019
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