Soneto à Esposa adormecida
Para Geane
À meia nau estarei eu atento
Olhando no poente minha mulher, que dorme.
Se a oeste sonha a minha amada
É para lá que vai meu pensamento.
Marujo afeito a tempestades
A transformar manhãs sombrias
E herdeiras de noites sem luz
Em prelúdios de belas tardes
Enquanto dormes estarei eu, decerto
Atento a um mal que ruge e nunca dorme
Cuidarei de ti insone, turbulento e desperto
Para que meu olhar navegue (e vele)
Pelo mar cristalino de alma pura
Onde flutua sua pele...