SONETO NA MADRUGADA

No cerrado, numa certa madrugada

Sem saber se parava ou caminhava

Se me desiludia ou se me encantava

Só sabia que a quimera estava calada

Aí, a aflição que a saudade recordava

Num céu desmarcado e de mão dada

Com a solidão, ali tinha hora marcada

E o silêncio então, comigo devaneava

Ouvi o vento na janela dando pancada

Ansiando entrar, e então, assim ficava

Repetindo num bate e bate a chamada

E a madrugada que o sono desprezava

Grafava dor, aperto, lágrima derramada

Num soneto, no qual, só suspiro coava

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

2017, 17/05, 04'35" - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 17/05/2017
Reeditado em 30/10/2019
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