SONETO INCONFORMADO
Perdoa, bom leitor, no que extrapola
Agora o verso, que ninguém calcula
O dano desse mal por cuja gula,
Seqüestrado, o amanhã vai à degola.
Tem nome e alcunha e, odioso, faz escola
No crime, mas não cora ou encabula
Por vergonha – que não tem – mas é mula
Do inferno (ou de Caetés) e a turba é tola.
Pudesse enfim cantar melhor assunto,
Melhor não ter por tema objeto imundo
Se mortadela fria, se presunto...
Não me calo, no entanto – há um vagabundo
Passando por herói sem ser defunto
Ainda..., ah, o desconcerto desse mundo!
.
Perdoa, bom leitor, no que extrapola
Agora o verso, que ninguém calcula
O dano desse mal por cuja gula,
Seqüestrado, o amanhã vai à degola.
Tem nome e alcunha e, odioso, faz escola
No crime, mas não cora ou encabula
Por vergonha – que não tem – mas é mula
Do inferno (ou de Caetés) e a turba é tola.
Pudesse enfim cantar melhor assunto,
Melhor não ter por tema objeto imundo
Se mortadela fria, se presunto...
Não me calo, no entanto – há um vagabundo
Passando por herói sem ser defunto
Ainda..., ah, o desconcerto desse mundo!
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