SONETO INCONFORMADO


Perdoa, bom leitor, no que extrapola
Agora o verso, que ninguém calcula
O dano desse mal por cuja gula,
Seqüestrado, o amanhã vai à degola.

Tem nome e alcunha e, odioso, faz escola
No crime, mas não cora ou encabula
Por vergonha – que não tem – mas é mula
Do inferno (ou de Caetés) e a turba é tola.

Pudesse enfim cantar melhor assunto,
Melhor não ter por tema objeto imundo
Se mortadela fria, se presunto...

Não me calo, no entanto – há um vagabundo
Passando por herói sem ser defunto
Ainda..., ah, o desconcerto desse mundo!

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Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 25/04/2017
Reeditado em 05/05/2017
Código do texto: T5981067
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