QUANDO NOS SENTIMOS SÓ
Quem es tu, ó poesia ignota
Que vem bater-me à porta displicente?
Atiras-te ao meu pé, doce, afoita...
Que embaixada trazes em tua mente?
As fontes no meu peito se secaram;
A lua já se esconde trás os montes;
Não há caminho além do horizonte;
E as terras são inférteis na seara.
Por que lutar em vão com esse precito?
Na ínvia primavera me afoguei,
Perdi nas ilusões o amor e o vício...
Chegaste sem o amor, sem a alegria,
Sem rumo aqui bateste, eu bem sei,
Trazendo mais espinhos nos meus dias.