QUANDO NOS SENTIMOS SÓ

Quem es tu, ó poesia ignota

Que vem bater-me à porta displicente?

Atiras-te ao meu pé, doce, afoita...

Que embaixada trazes em tua mente?

As fontes no meu peito se secaram;

A lua já se esconde trás os montes;

Não há caminho além do horizonte;

E as terras são inférteis na seara.

Por que lutar em vão com esse precito?

Na ínvia primavera me afoguei,

Perdi nas ilusões o amor e o vício...

Chegaste sem o amor, sem a alegria,

Sem rumo aqui bateste, eu bem sei,

Trazendo mais espinhos nos meus dias.

Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 07/04/2017
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