Andanças III
Sigo na noite, sozinho, abatido,
Sem rota, sem destino, sem futuro.
Procuro, mas não encontro o que procuro,
É como se eu tivesse me perdido.
Sigo na noite, tristonho, vencido,
Contemplando além o caminho escuro,
Como um anjo peregrino, perjuro,
Diante da face do Desconhecido.
Vou deixando minhas pegadas no chão
E me projetando na imensidão
Como um judeu errante, nu, proscrito.
Para trás vou deixando eras passadas
E à minha frente encontro as mil fechadas
Portas intransponíveis do Infinito.