Andanças II
À noite, andando pela rua
Numa completa abstração,
Eu sinto a paz que me atenua
O espírito da agitação.
Livre, guiado pela lua
E sem o mal da solidão,
Eu sinto a alma toda nua
E sinto nu meu coração.
E me é tanto o prazer de andar
Alheio às desgraças do mundo
Que eu sinto minhas pernas no ar
E sinto meu ser mais profundo.
E a mim que importa chegar,
Se o mundo é um saco sem fundo...