PEDAÇOS (soneto)

Em ti, ó saudade, acho parte de mim

São fragmentos craquelado e partido

Do meu eu que tenho então em ti sido

Eternizado numa dor que vive sem fim

O senso que faz em ti alarido saído

Em mim é silêncio, é solidão, enfim,

Vive da ilusão de lembranças carmim

Do comover sovado e não esquecido

Agora, o que faço para ouvir o clarim

Dos sons da quimera no porvir contido

Dando-me sonhos afora deste folhetim

Serei pouco, nada, de desejo desprovido

Se insistires em ficar tão presente assim

Aí, de pedaços o meu poetar será revestido

© Luciano Spagnol

poeta do cerrado

2017, março, 05'55"

Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 27/03/2017
Reeditado em 29/10/2019
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