Refugee
Aqui estou eu olhando essa cidade
que me conhece bem e me rememora.
Deste edifício vejo a imensidade
e embaixo um turbilhão que se devora.
Onde arderá, brilhando, a Eternidade,
se o tempo raro logo vai-se embora
e se, perdida, a carne sofre a idade,
vendo a beleza que ao redor aflora?
Arde em seu centro um coração vulcânico
que abraça identidades tripartidas
no centro que explode em extremo pânico,
e essas imensas veias são avenidas
sangrando rumos num espaço titânico,
sem nos mostrar, contudo, se há saídas.