"ESTEPES" GOIANAS (soneto)

Mergulhei nas "estepes" goianas, por acaso

Foi um pulo no meu destino nunca imaginado

Cá vim, então, em missão para o cerrado

E aqui as quimeras ficaram fora do prazo

Um infinito onde o céu é bonito, fui abandonado

A poesia virou companhia, e o luar, com prazo

Pulsações e confusões no meu fado, um arraso

Onde amar e perdoar tornou-se hábito silenciado

A paisagem esfumou-se e confundiu-se no olhar gazo

De uma poeira fina, varrida do coração embaçado

Deixado de lado, sonhei, e com os sonhos desenhei parnaso

Assim, perdi-me nos atalhos do devaneio inquietado

Nas braçadas da saudade o ribeirão tornou-se raso

E nas "estepes" do Goiás, o meu lírico plangor foi dissipado

© Luciano Spagnol

poeta do cerrado

Março de 2017

Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 23/03/2017
Reeditado em 29/10/2019
Código do texto: T5949528
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