PANOS DE VIDRO

PANOS DE VIDRO

O ouro do sol s'espelha nas vidraças

D'alguns arranha-céus onde a cidade

S'eleva ao pé da serra e a alma alta evade

A tempo d'eu lhe cair em suas graças.

O olhar distingue ruas, largos, praças...

Belo horizonte! Sã idealidade,

Onde verticalidade e realidade:

Sábio jogo de luzes sobre as massas...

Aço e vidro de torres reluzindo

N'aqueles rubros céus de acaba-mundo,

Tendo um curral de serras cá por fundo.

Em alturas assim, o dia findo

Me faz de arquiteturas impressões

À luz d'extremas sós revelações.

Belo Horizonte - 09 12 1999