DESATINO (soneto)

Ó melancolia do cerrado, a paz me tragas

Solidão em convulsão, aflição em rebeldia

Dum silêncio em desespero, e irosa agonia

Ressecando o coração de incautas pragas

Incrédula convicção, escareadas chagas

De ocasos destinos, e emoção tão fria

Do horizonte de colossal tristura sombria

Que rasga o choro em lacrimosas sagas

Ó amargor do peito engasgado na tirania

Duma má sorte, e fatiadas pelas adagas

D'alma ao léu, tal seca folha na ventania

Pra onde vou, nestas brutas azinhagas

Onde caminha a saudade na periferia

Do fatal desatino em pícaras pressagas?

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

Fevereiro de 2017 - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 06/02/2017
Reeditado em 29/10/2019
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