BAPTISMO DE SANGUE

BAPTISMO DE FOGO

Quando fomos topar com o inimigo

E lhe fizemos fogo p'ra matar,

Vi que também morreu n'esse lugar

Muito do que sabia bom comigo.

Tinha um sorriso franco, agora antigo,

E um brilho transparente em meu olhar,

Que perdera de vez sem o notar,

Ao disparar morteiros contra o abrigo.

Ao passar em silêncio pelos mortos,

Sentia pegajoso em minha mão

O sangue derramado pelo chão.

Onde em face dos corpos 'inda tortos,

Seus olhos me acusando, esbugalhados,

P'ra sempre todo o mal de meus pecados...

Belo Horizonte - 13 09 2001