6239-BRASIL EM CRISE MORAL 31-A-Noneto-Poético-Teatral Nº 62-Soneto nº 6.239 Por Sílvia Araújo Motta/BH/MG/Brasil (*) Interação com Klinger Sobreira de Almeida

6239-BRASIL EM CRISE MORAL 31-A-

Noneto-Poético-Teatral Nº 62-Soneto nº 6.239

Por Sílvia Araújo Motta/BH/MG/Brasil (*)

Interação-interpretativa da reflexão de

Klinger Sobreira de Almeida:

Caos no Sistema Prisional- (II)

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Oitenta e cinco! Líder, logo agiu:

_Rebelião de presos fez parar...

Em Ribeirão das Neves, Minas viu

policiais agirem, sem matar.

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Operação...Sucesso, fim surgiu...

Inteligência usada quis provar

que em nosso ESTADO tudo se cumpriu:

-Nenhum ferido! Quadro foi mostrar.

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E neste ano? Mídia exibe tudo!

Presos rivais se matam, por facção?

A fúria deles deixa o mundo mudo!

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Cadê o ESTADO? Guarda seu segredo?

A Segurança falha em qual lição?

Crise Moral, real assume o MEDO:

---Até quando?---

Belo Horizonte,MG, 24 de janeiro de 2017.

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http://www.recantodasletras.com.br/sonetos/5891954

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(*)Soneto-Clássico-sáfico- heroico; com sílabas fortes//

na 4ª, 6ª, 8ª; e 10ª sílabas - Rimas: ABAB, ABAB,CDC, EDE;

Noneto com 9 solos: jogral-teatral-toante-cantante-poético:

CORO:Rimas: AACEE-somente uma voz com apenas

5 instrumentos musicais apenas.

SOLOS: Rimas: BAB-BAB-DC-D-9 vozes acompanhadas por solos de instrumentos musicais.

(Noneto musical criado por Villa Lobos)

(Noneto poético recriado por Silvia Araújo Motta)

Mensagem conclusiva no 14º Verso( Último do segundo terceto).

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http://www.recantodasletras.com.br/sonetos/5891940

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CAOS DO SISTEMA PRISIONAL (II)

– Tibieza Incompreensível –

1985: rebelião na maior penitenciária mineira, Ribeirão das Neves. Internos assumem controle do presídio. Diretoria e funcionários impedidos de entrar. Quase uma semana de “festival” horrendo. Cobertura da imprensa, mormente televisiva. Os rebelados são os “artistas”. A polícia cerca o contorno externo; não entra.

Comandando a Academia de Polícia Militar, fui chamado a uma reunião com Secretário de Justiça – ápice sistema prisional – Secretário de Segurança Pública e Cmt. Geral. O tema: Como sair do impasse que, àquela altura, chamava atenção da imprensa internacional? Propus retomar o presídio com a tropa de alunos do CFO e CFS. Pedi 24 horas para o trabalho de inteligência e algumas condições: afastar a imprensa na noite anterior ao desencadeamento da ação, pois sua presença servia de emulação aos rebelados; sigilo absoluto sobre a operação.

Na madrugada do dia “D”, as três autoridades máximas ficaram na residência do Diretor aguardando o desenrolar da operação. Ocupei, com uma tropa altamente adestrada, a parte administrativa e os muros internos. Os detentos recuaram em algazarra e impressionantes gritos de socorro. Ninguém os ouviu: a cidade dormia, não havia imprensa. Os líderes (cerca de 20), julgando-se fortes durante minha preleção, tentaram investir. Dominados, foram exibidos aos revoltosos já sem a aura de invencíveis. Ao final, mais ou menos 800 detentos submissos, consertando os estragos feitos. Por volta das 16h00, a Diretoria reassumiu. Os dois Secretários e o Cmt. Geral passaram os presos em revista. Nem mortos nem feridos.

Fiz o relato acima, sucinto, para situar um passado – ação firme, tempestiva e obediência – com o presente de conluio, omissão e lerdeza. Consequência: a mortandade em presídio de Manaus – facção mata e esquarteja mais de cinquenta adversários. Segundo as autoridades políticas, que assistiram a tudo complacentes, a omissão deveu-se ao medo de repetir Carandiru. Dias depois, outra chacina em Roraima. Em contínuo, a desordem em Natal (RN); presos rivais esquartejados, queimados... A mídia tudo exibe ao mundo estarrecido. Os presos passam dias e entram semana circulando como se fossem os representantes da “força pública do Estado”. Nesse entrevero vergonhoso, a polícia faz algumas incursões tímidas. Não tem coragem de encarar e submeter os bárbaros.

Questiona-se: Onde está o monopólio da força pública do Estado? O monopólio do Poder de Polícia? É lícito ao Estado quedar-se ante a fúria delinquente?

A polícia tinha o dever de intervir. Pôr fim à agressão covarde. Fazer cessar a matança. Proteger os detentos que estavam sob custódia do Estado. Porém, pelo que se nota, houve e persiste uma tibieza incompreensível. Parece-me que as autoridades políticas (governadores e secretários), enredados numa “cultura da razão cínica” não têm estofo moral para dar ordens e assumir. Então, a força pública – obediente por natureza – retrai-se, capenga, titubeia, faz que vai mas não vai...

Este é o quadro de uma nação em crise moral. Até quando?

Klinger Sobreira de Almeida – Cel. Ref., Escritor, membro Academia de Letras João Guimarães Rosa/PMMG

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Saiba mais:

http://www.ajuris.org.br/2016/01/27/seguranca-publica-publicacoes-apontam-caos-no-sistema-prisional-como-justificativa-para-o-aumento-da-criminalidade/

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Leia mais;

http://oabce.org.br/2017/01/nota-publica-sobre-a-situacao-do-sistema-prisional-brasileiro/

Silvia Araujo Motta
Enviado por Silvia Araujo Motta em 24/01/2017
Reeditado em 30/09/2018
Código do texto: T5891954
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