LOMBEIRA (soneto)

Tardes do cerrado goiano, lombeira

Tão ressequidas, de tão árida vida

Tardes com a sua lentidão parida

De melancolia à sombra da lobeira

Horas benditas, de demora dormida

Que nas horas se faz hora terceira

Tardes de silêncio, tarde feiticeira

Languidez na languidez desmedida

Olhos serrados, sonho sem fronteira

Tarde muda, do tempo, hora vencida

Na imensidão bem além da porteira

E nesta doce pureza a tarde caída

Que poisa hora serena, por inteira

As tardes, tecendo hora perdida...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

Janeiro de 2017 - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 24/01/2017
Reeditado em 29/10/2019
Código do texto: T5891703
Classificação de conteúdo: seguro