SONETO EM MOVIMENTO

De tudo um pouco fiz, e não te esqueço

O pensamento é movimento relutante

Na sofrença eu vivo então agonizante

Tal forma, que o poetar está do avesso

À espera é de um, vão gemido, sonante

Que já saiu dos ventos do meu senso

São fragmentos de dor que não venço

De amarga profunda frustração, dante

E neste vazio de um vadio descenso

Dispenso o amanhã num novo avante

De rude ação, de esquecer, e tão tenso

Não estou propenso a nostalgia gigante

Sei que o depois é outro dia, pretenso

Pois, na solidão, no render sou levante...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

2017, 18 de janeiro - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 18/01/2017
Reeditado em 16/03/2020
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