A IMORTALIDADE DA SAUDADE (soneto)

Saudade: tal como uma faca crivada

Na alma, abrindo em uma agre fenda

No coração nostálgico, rude moenda

Sonial, insiste tirana com vergastada

A tua dor foi concebida em oferenda

Ao peito, e fazendo de sua morada

Brinda com a melancolia em prenda

A sofrença da lágrima esbravejada

Imorredoura, se mantém sem venda

Reencenando num tudo, num nada

No silêncio duma esvaecida legenda

Sempre renascendo, e tão indesejada

Porém, é proposta de pouca emenda

E de imortalidade no dissabor estacada

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

Janeiro de 2017 - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 17/01/2017
Reeditado em 29/10/2019
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