CERRADO DUAL (soneto)

O cerrado tem dia de sorrir, e ele sorria

Tem dia de melancolia, e ele entristecia

Porém, também, tem dia de total silêncio

E na quimera dum colossal o vário é cio

É mistério, sequidão, chuva, calor e frio

Deitados sob o céu que provoca arrepio

É a tristura com o espanto da sutil ironia

Que muito desflora, muito recria, poesia

E nesta galeria de tanto, dele o encanto

Da sequidão ao empapado num só canto

Num bale dual, no seu cenário desigual

É o cerrado, das cores e do seu pálido

Soprando no planalto o seu vento cálido

Transmutando a diversidade no plural...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

Janeiro de 2017 - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 14/01/2017
Reeditado em 29/10/2019
Código do texto: T5881648
Classificação de conteúdo: seguro