Imperfeição
És todo infame, bom rapaz, boa mulher
no cânion vermelho os milhões de desejos
não retires de ti o mais lindo talher
desces ao teu centro nunca deixes de ver.
Santidade imbuída, pobre vivente,
insana, profana, nenhuma há de ser
da terra, pó degradante envolvente,
mau de língua, são, e doente do pé.
Achega-te! Vem ver tua loucura de vida,
rasgue teu olho e espalhe o amor
de pequenas coisas doce vida doer!
No fundo, de ti, correm boas e vis águas,
claras e límpidas do teu mundo que vê
homem inacabado, gigante de ter!